A jornalista do canal rede Globo de comunicações se torna a primeira âncora de TV negra a estar em rede nacional, em horário nobre e em um dos telejornais mais assistidos do país.
Na semana em que o país se comoveu com a morte do jovem estudante negro, Pedro Gonzaga, morto por um golpe de 'sossega-leão' dado por um dos seguranças da rede de supermercado Extra em Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. A jornalista, comentarista, radialista e repórter Maria Júlia Coutinho, conhecida nacionalmente por Maju, comandava a bancada do Jornal Nacional neste sábado (16), a jornalista atingiu o auge de sua carreira jornalística e alcançou um marco histórico sendo a primeira âncora do Jornal Nacional em 50 anos de programa.
Maju foi super bem recebida na bancada pelos seus colegas de trabalho, Rodrigo Borcadi e Tiago Scheuer que a felicitaram ao vivo.
Durante o programa na hora da previsão do tempo onde geralmente a jornalista aparecia do outro lado do telão para apresentar a previsão do tempo, desta vez foi diferente. O protocolo do jornal foi completamente ignorado. Rodrigo Borcadi chegou a comentar "Hora da previsão do tempo... E agora?" "Agora eu vou passar por uma situação superinusitada", respondeu Maju. Rodrigo se levantou e chegou a caminha até o telão mas parou no meio do caminho. "Mas pensando melhor, eu acho que não é justo, né? Você me dá a honra e o prazer de você seguir esse caminho e buscar as informações da previsão do tempo. Até porque isso é área de vocês", disse Bocardi.
"Seguirei... Que inusitado! Muito obrigado, Rodrigo, seguirei" agradeceu Maju que caminhou até o telão e foi mais uma vez elogiada dessa vez por Tiago Scheuer "...Primeiro lugar, bem-vinda, boa sorte, ainda mais sucesso pra você que é uma pessoa iluminada, muito gente boa, todo mundo sabe disso, a gente adora ter você como colega. Boa sorte aí nesse novo desafio que começa pra ti. A gente tá na torcida aqui, tá bom?" comentou Tiago. Maju sorridente agradeceu os elogios vindo do colega de previsão.
Pode anotar aí na agenda que foi no dia 16 de fevereiro de 2019 que o Jornal Nacional foi apresentado por uma mulher negra.
Sendo bem honesto, não era para o país está comemorando esse ato só agora, isso deveria ser comum para todos em um país que historicamente é descendente de negros e indígenas. O Brasil era para ser um dos países mais acolhedores do mundo por ser justamente um país miscigenado, rico culturalmente, religiosamente e historicamente. Mas sabemos que não é bem assim, e é por isso que é de extrema importância abordarmos esse assunto todos os dias. Casos de racismo não deveria ser tão comum em um país como o Brasil, em país nenhum, mas infelizmente ainda é. E ver uma grande profissional como Maju em um grande telejornal brasileiro é a quebra de esteriótipos que uma sociedade está infelizmente acostumada. Maju se tornou nesta noite de sábado um ícone para mulheres negras que ingressam no jornalismo e também para profissionais negras que já estão no mercado. E que essa conquista sirva de exemplo para muitos países a fora e que a cada dia o racismo seja extinto da terra. Sonhamos em um dia nem usarmos mais essa palavra 'racismo' e a única lembrança que teremos dela seja contada pela História.
#VidasNegrasImportamSIm
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