Disney+ / Divulgação |
A nova produção da Disney e Pixar lançada no natal de 2020 no Disney+ foi bem recebida pela crítica por abordar assuntos delicados como vida e morte, sonhos e explora de forma divertida os reinos cósmicos criados na história, buscando respostas às perguntas mais importantes da vida.
A jornada se passa nas ruas da cidade de Nova Iorque onde o musicista e protagonista, Joe Gardner (Jamie Foxx), é efetivado na escola de ensino fundamental onde ensina música. Apesar de amar o que faz, Joe sonha em ser um grande nome no Jazz. Após conseguir a oportunidade de sua vida sendo convidado a tocar no lendário club de jazz The Blue Note com a renomada Dorothea Williams (Angela Bassett), Joe fica muito animado e ansioso com a ideia, quando em um acidente se transporta para fora de seu corpo e a partir daqui embarca em uma jornada nos dois mundos, o cósmico e o terrestre onde o protagonista conhece a personagem 22 (Tina Fey) que juntos buscam entender e explorar suas paixões e que o seja a construção do seu próprio EU.
A Pixar Animation Studios nos leva a mais um universo fantasioso, colorido e aventuresco. E como é costume da produtora abordar pontos bastantes humanos como amizade, família, perdas e luto. Em Soul não foi diferente, alguns pontos foram até que bem mais intensificados, psicologicamente, como a busca pelo o que seja o seu EU e de onde vem nossas paixões e sonhos.
Assim como em suas últimas e brilhantes produções carregadas de emoções e lições tais como "Dois Irmãos", "Viva, a Vida É Uma Festa" e "Divertida Mente", A Pixar Animation Studios nos trouxe dessa vez um universo cósmico pré e pós vida, que de uma maneira sútil e bem animada nos ensina a como não viver presos às amarras do propósito.
Dirigido e produzido por Peter Docter e Dana Murray, “Soul” começou a ser pensado em 2016 logo após o sucesso de "Divertida Mente" com o Oscar de Melhor Filme em Animação, segundo o próprio diretor em uma entrevista cedida ao The Hollywood Reporter. Peter produziu grandes animações como “Monsters S.A” e “Up! Altas Aventuras”, porém “Soul” foi seu último trabalho como produtor, isso porque ele foi promovido a CCO da Pixar e está empenhado a buscar novos talentos.
O trabalho do CCO não é fazer filmes. É guiar as outras pessoas. Fiquei preocupado no início, pensei que seria algo que me tiraria daquilo que amo fazer. Mas, vem sendo surpreendentemente recompensador.
Com menos de um mês de lançamento, o longa conseguiu sua atenção na mídia e da crítica, isto mérito de uma boa divulgação da Disney. E como dizemos no título, pode ser um dos grandes indicados nas futuras premiações devido a sua ambientação colorida e criativa, estonteante e original maneira como a Pixar lida e desenvolve temáticas psíquicas adultas.
De forma fantasiosa o filme vai criando seu próprio universo cósmico e desempenha um excelente trabalho, principalmente em algumas partes do filme como o universo astral que liga as emoções das pessoas vivas com seus sonhos e anseios, onde entra o personagem hippie Moonwind (Graham Norton). A paleta de cores é cativante e encantadora com a utilização em grande parte de azul turquesa e branco com tonalidades pastéis, podendo render algumas indicações em categorias fotográficas. Roteiro é mediano e bem desenvolvido sem muitos altos e baixos, porém bastante previsível. O espectador já consegue ter uma ideia de como será o desfecho e sem muita surpresa. Um ponto a pensar sobre a produção.
Outro ponto que se pode levar em consideração, comparado a outros títulos da mesma produtora e outras assinaturas do diretor, é o investimento nos personagens secundários que compõem o elenco. Em "Soul" isso ficou a desejar, os "Zés", criaturas místicas que atuam na administração do que seria o "céu", poderiam ter sido bem mais desenvolvidos - até mesmo seus nomes. A impressão que fica é que não deve muita atenção e fizeram algumas simples linhas vetoriais no Adobe Illustrator, mas pode ser compreendido pelo seu cunho fantasioso. O universo astral do navegante Moonwind merece todo uma atenção pelo brilhante desenvolvimento do cenário. Os monstros que nada mais são do que pessoa que se perderam de seus sonhos, ou se entregaram a ansiedade e místicos de emoções onde as almas de pessoas que estão vivas "flutuam", particularmente um dos melhores cenários do filme.
Saindo mais de uma questão técnica e adentrando agora em uma psicológica, Peter Docter arrasou nesse quesito. Como já falamos é costume da produtora e do autor produzirem filmes bastante emotivos e carregados de lições de vida. Neste longa, Peter explorou nossos propósitos e sonhos. Além de mostrar outra visão de mundo que normalmente não vemos sobre a felicidade estar em aproveitar as coisas simples da vida, contudo quem assistiu o final esperava que o personagem Joe se conformasse com sua partida do mundo físico, e compreendesse que sua jornada na terra chegou ao fim, mesmo que de uma forma inesperada, entretanto o autor permitiu que ele retornasse ao seu corpo. Deixar que Joe continuasse na grande luz branca da pós-morte poderia ter sido uma boa forma de trabalhar a perda e o luto.
Conta aqui pra gente qual sua cena favorita do filme.
Ótima matéria 👏🏻👏🏻
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